domingo, 14 de dezembro de 2008

A que sabe um Sumol a 2.200 metros de altitude?

A pergunta chega do alto dos Pirinéus, de Andorra, onde os portugueses são 14% da população do Principado.
Mas é também o título de um trabalho sociológico de Magda Matias, agora divulgado, que revela muitas das "mazelas" da comunidade portuguesa ali emigrada.
Estamos em pleno século XXI, e alguma gente (como certos governantes) acha que as coisas se alteraram muito no que respeita à nossa emigração, nas últimas décadas. Mas, estes trabalhos devolvem-nos à memória as cenas que já conhecemos da década de 60 do século passado... Mas vejam excertos da nota divulgada pela Lusa:
Estudo alerta para desintegração de portugueses e risco de tensões sociais
Apesar de serem a maior comunidade estrangeira em Andorra, os portugueses não se encontram bem integrados
As desigualdades sociais em Andorra, que afectam sobretudo os emigrantes portugueses, deixam "transparecer a existência de uma certa tensão social que em nada contribui para o bem-estar do país e para uma convivência salutar entre a população", refere o estudo a que a agência Lusa teve acesso.A investigação, elaborada pela socióloga Magda Matias a pedido do governo andorrano, aponta para a "existência de segregação política, laboral e cultural", que cria uma "série de divisões" entre estrangeiros e andorranos.A comunidade portuguesa naquele país "é o conjunto populacional que mais contribui para o crescimento demográfico do Principado", mas a forte representação portuguesa (14% da população total, em 2005) "não está a ser acompanhada de medidas governamentais", alerta a especialista...
.Esta investigação foi publicada em livro ("A que sabe um Sumol a 2.200 metros de altitude?") em Junho deste ano, numa edição bilingue cuja distribuição em Portugal está prevista para breve, refere a Lusa.
»ver nota LUSA »RTP »DNOTICIAS.pt
...
Membros da comunidade discordam de algumas conclusões.>ver DN de 15/12/2008»...
currriculum da autora do estudo

2 comentários:

Anónimo disse...

Hei de dizer que, após ler o estudo devo fazer alguns comentários:
1. Como se pode generalizar e tirar conclusões gerais dum estudo realizado só a 15 pessoas? A comunidade portuguesa em Andorra representa o 16% da população residente, por tanto, somos mais de 13.000. Não se pode afirmar que só un terço dos portugueses falam o catalão, ja que não há nenhum estudo significativo da população portuguesa em Andorra que confirme o que acabo de dizer. Sim se pode afirmar que no estudo desta Socióloga se confirma que um terço dos 15 entrevistados falam o catalão, facto que é normal por ter procurado um universo diverso.
2. A conclusão que um migrante português não se integra plenamente até passados 30 ou 40 anos é mentira. O que diz o estudo é que, dentro do universo dos 15 entrevistados, portugueses residentes em Andorra faz mais de vinte ou trinta anos não renunciam à sua nacionalidade para adquirir a nacionalidade andorrana, ainda que teriam o direito a voto. Além disso, devo dizer que todas as fases migratórias são graduais, sejam portugueses, espanhóis, franceses... pois todos entendemos a permanência num território quando emigramos como permanência temporal.
3. Outra irrealidade é dizer que há poucas formas de associacionismo. Eu conheço já 9 colectivos de portugueses em Andorra, que se caracterizam pela mostra folclórica e esportiva.

Anónimo disse...

Infelizmente entre a seriedade do estudo e os sensionalismo dos títulos jornalística, a diferença é enorme.